Femeninx
Interrogar, questionar, e assim ampliar a multiplicidade de significantes que se desvelam ao adentrarmos neste “continente”, que após séculos de obscuridade tem sobre sí tantos refletores é o objeto de Calibán, RLP. Explorar o feminino não só aonde sabiamos que existia, na mulher, mas também para onde Freud, sabiamente ao percebê-lo como “rocha”, o deslocou e o impôs: no homem.
Feminilidade e Estranho se aproximam.
Não são poucos os significantes que acompanham o feminino: castração, estranho, obscuro, o outro. Passividade. Seriam estes “nomes” do feminino os que foram ouvidos ao longo dos tempos, vindos nas vozes de homens? Que vozes podemos agora ouvir?
Pensar hoje o feminino somente pela subjetivação da falta fálica, avatares da castração, parece simplista e impeditivo de por em campo tantas outras questões. Questões que também atingem o masculino, aparentemente sempre hegemônico, hoje tão interrogado!
A partir de diversas perspectivas, este número de Calibán contribui para enriquecer o debate sobre o feminino, potencializando interrogações e inflexões. FemininX, para que o X marque as múltiplas incógnitas, não somente sobre o outrora “continente negro”, mas também sobre tudo que concerne à diferença dos sexos e o atual pensamento que se ancora na diversidade. Convidamos todos a tirar o véu deste corpo erógeno, indecifrável, para sempre assinalado pela incompletude.